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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pra Não Dizer que Não Falei do Hino...


Sinopse

Batatinha Quando Nasce – Esta história evoca tempos obscuros de nosso país. Um fiel comandante da ditadura militar e o dilema do seu sepultamento, que assume contornos dramáticos por causa do testamento dele exigir que fosse cantando, antes do enterro, o hino predileto do homem de ferro. Mas, na hora H, ninguém sabe ou se lembra qual hino seria?

Trecho

           “...¾ Será que não é o Hino Nacional? ¾ e emendou, num tom tão desafinado, que se os mortos pudessem, reclamariam:
           ¾Oviram do Ipiranga às margem prácidas, de um polvo histórico, o brado rebombanteeee...”
           Só não foi vaiado devido ao clima do acontecimento. Porém, na ânsia de acabar com aquela situação constrangedora, despertou nos demais um espírito comunitário musical. Logo, prestativamente, todos se colocaram a pensar e cantarolar os versos de qualquer música que vinha à cabeça; e que de repente, pudessem evocar a melodia e refrescar a cabeça da viúva. Um tenente cantarolou o hino dos pracinhas na Segunda Guerra Mundial:
           ¾ “Você sabe de onde eu venho(...)Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra...”
           Um capitão também deu o seu pitaco, cantando o hino do regimento que o general comandava:
           ¾ “Ó ilustre batalhão/Que orgulha esse Brasil/Brilha feito um canhão/Nesse céu de azul anil.”
           Mediante a tantas tentativas e já que todo mundo estava dando a sua opinião, batucando numa caixinha de fósforos, o embriagado coveiro resolveu entrar na roda, sem saber o perigo que corria:
           ¾Cença, madama, cença seus polícia...eu gostaria de cantá um sambinha” ¾ e antes que fosse reprimido, emendou:
           ¾ “Ô coisinha tão bonitinha do paaaai...”
           Olhou ao redor e ao ver as caras amarradas de reprovação, ainda teve coragem de sugerir:
         ¾ “Seus dotô, num seria aquela intão: Si gritá pega ladrãoooo, num fica um mermão...Ou quem sabe aquela do Caetano Venoso: Num possu ficá nem mais um minuto cum vocêeeee, sintu muitu amô, mais num podi sê, moro em Jaçana, si eu perdê esse trem, qui sai agora as onzi hora, só amanhã de manhã...”

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