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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Hein?! Ah?! Oh?! Hã?!


Sinopse

Hã?! – Muito se fala por aí que dinheiro não traz felicidade. A história de um pobretão apalermado, que vê, de repente, a sua vida se transformar num inferno. Por desconfiarem que está milionário da loteria. Aí, surgem do nada – como sempre! –, vizinhos curiosos, fofoqueiros jubilados, moças solteironas, parentes distantes, políticos, religiosos...

Trecho

“...Buba saiu pelos fundos, escalou o monte que há no quintal, pulou o alambrado da fábrica vizinha, passou pela pinguela sobre o córrego poluído, atravessou um terreno baldio cheio de lacraias, contornou a esquina e... deu de cara com Lindaura. Uma loura opulenta, de seios avantajados e boca carnuda. Caça-otário.
— Oiieeee!!! Tudo bem, Bubinha?! Fiquei sabendo que você está bem de vida...
— Hã?!
         — Agora irá precisar de uma companhia pra cuidar de você, meu bem. Já pensou nisso, tesouro? Alguém muito especial para deixar a nossa mansão em ordem quando você chegar do trabalho em suas empresas.  Ops! Desculpe, estou me adiantando, é que sempre fui apaixonada por você, pedaço de mal caminho. Sabe, Bubinha, quando estou só de camisolinha fico pensando na vida a três entre nós. Fico sonhando com o nosso romance...Será como um conto de fadas. No nosso casamento me vejo de véu e grinalda, num vestido branco de Pierre Cardin, colares e brincos com diamantes 56 quilates da África do Sul. Você me esperará no altar com um terno elegantérrimo, sapato de cromo alemão, cueca samba-canção dourada e gravata de Cristian Dior, com uma máscara do Brad Pitt. Distribuiremos aos nossos dez mil convidados, vindos do mundo todo, dentre eles a rainha da Inglaterra, lembrancinhas folhadas a ouro e prata. Nossa vida conjugal será maravilhosa, teremos sete filhos, nenhum será seu, afinal, nem todo mundo gosta de criança. Eu terei alguns amantes apenas para que a vida não caia na monotonia e venha a estragar o nosso casamento.
         E a robusta moçoila, num ímpeto inesperado, enfia a mão num dos bolsos da calça de Buba.
         — Enquanto não casamos por que você não me dá um adiantamento em dinheiro para o chá de panela? É pouco, só uns 50 mil...
         — Hã?! Aaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!
         O bolso da calça estava furado — como os demais —, e no afã de encontrar alguns caraminguás, a mão da protuberante donzela foi achar o membro do lacônico rapaz.
         — Nooooooooossa, jáááá, precoce, acho bom você pegar um pouco de sua fortuna e fazer um implante aí! Pelos menos uns quinze centímetros. Assim não vai dar pro começo, Tem que ter mais...Eu quero maior!
           Só conseguiu escapulir de Laurinda depois de quarenta minutos, mas notou que quarteirão à frente havia mais um grupo de moças casadoiras. Rapidamente, embocou em outro terreno baldio, desta vez era tanto mato que achou que fosse dar de cara com o curupira. Ficou uma meia hora tentando encontrar a saída. Avistou o outro lado da rua através de um muro quebrado, só ao sair da pequena floresta urbana notou que havia uma cobra enrolada em seu tornozelo...”

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