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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Aconteceu em Tatuporanga


 
Sinopse

Quiproquó no Xilindró – Não vale a pena se estressar! Um delegado vem da capital para assumir em uma cidade pequena. Aparentemente espera levar uma vida frugal no bucólico município caipira, mas forças enraizadas em sua personalidade impedem que tudo transcorra na mais absoluta das normalidades. Tatuporanga que o diga, singela cidade perdida em algum rincão deste continental país.

Trecho

              “...Aquela segunda-feira começara agitada. Uma noticia foi recebida com surpresa geral. O Tico Carteiro, dedicado funcionário da ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos fora preso. E sem nenhuma causa aparente. Por se tratar de uma figura muito querida na cidade, imediatamente o padre Libório, humanista de carteirinha, foi buscar respostas com o delegado para tal acontecimento. Só que foi recebido com pedras na mão:
           ¾ O que o senhor quer aqui? Já veio representar os direitos humanos, hein? O senhor manda na sua igreja e aqui quem manda sou eu!
           ¾ Mas, meu caro delegado, por que o carteiro foi preso?
           ¾ Há uma desconfiança de carta-bomba e ele foi retido...eu disse retido...para averiguação.
           ¾ Carta-bomba? Quá! Quá! Quá! Desculpe-me este acesso de risos, mas o senhor acha que alguém deste pedaço de chão vai mandar ou receber uma carta com explosivos? Quá! Quá! Quá! Isto aqui não é cidade grande, não, onde tá apinhado de neuróticos e marginais...
           Antes que desse mais uma gargalhada, o padre Libório foi preso. A prisão de um porta-voz de Deus criou um efeito dominó. O prefeito, o presidente da Câmara, o agente funerário, um açougueiro, um farmacêutico, um gerente de banco, o dono do centro espírita, uma prostituta e mais algumas personalidades do município foram saber o porquê do ocorrido e também acabaram presos. A única cela da delegacia ficou superlotada, com 40 pessoas espremidas sofregamente.
           O delegado Taboão, temendo um levante popular, mandou os seus incrédulos comandados fecharem as ruas que dão acesso à delegacia e armarem barricadas avançadas. E eu, Muca Pururuca, que estava tomando um saboroso sorvete de jatobá ali perto, fui preso só porque o delegado gostava de números redondos...”

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